Essa é uma das coisas que a Escócia representou para mim: uma incrível surpresa! É um dos países que eu nunca havia imaginado visitar – já havia lido algumas reportagens sobre as Highlands, Lago Ness e todos aqueles lugares mágicos, achava tudo lindo mas mesmo assim uma viagem para a Escócia não estava na minha “lista” de coisas para se fazer pelo mundo (e olha que essa minha lista é extensa que só…).

Quando você vê alguma foto desses lugares em alguma revista ou site de viagem, os cenários parecem de mentira. E quando você vê pessoalmente, continua achando de mentira – comigo foi assim. As paisagens são surreais, são muito diferentes do que temos no Brasil e me impressionou muito – tudo é tão grandioso que se você não é profissional fica difícil conseguir mostrar a beleza do lugar através das fotos, fato!

E o céu? Ah…sempre azul, com lindas nuvens – mas em questão de segundos pode mudar. Isso mesmo, de repente vira o tempo, começa um ventinho frio…esse é o verão escocês, com temperatura média de 20 graus. Então se você está procurando um lugar pra curtir o verão, melhor ir para a Riviera Francesa. Mas se você quer conhecer a Escócia e não gosta muito de frio: vá no verão. As cidades estão movimentadas, tem os festivais de música, teatro, comida…Comida! Então, por falar nisso, eu tinha impressão de que por lá se comia muita batata, gordura e poucos alimentos frescos. Sim, eles comem  –  porém não foi somente isso o que eu vi.

A impressão é que a comida no Reino Unido renasceu nos últimos anos – onde as frituras e carnes gordurosas deram lugar aos vegetais frescos, peixes e frutos do mar, onde pode-se provar pratos refrescantes, modernos e de sabores inusitados. Me inspirou bastante. Me surpreendeu. Me fez querer continuar minha descoberta pela cultura alimentar por onde quer que for. Percebi lá o apego pelo alimento fresco. A valorização do produtor local, e acho isso tudo fabuloso – pois nada como um alimento super refrescante e que você sabe que não veio de tão longe, sendo assim o impacto ambiental é um pouco menor.

VEJA AQUI ONDE COMER EM EDINBURGH

Permaneci na Escócia por 30 dias, sendo que a maior parte do tempo fiquei em Edinburgh – hospedada na casa de uma amiga (Patrícia), depois fui conhecer as Highlands e também Glasgow.

#PRIMEIRA PARTE – EDINBURGH

Na minha visão, é uma cidade fofa, segura e com muitas opções de ótimos restaurantes, cafés, pubs…fiquei lá um pouco mais de 20 dias e não foi suficiente para comer tudo o que tive vontade! São muitas opções de hamburguerias, indianos, italianos, japonês, contemporaneo…tem restaurante para todos os gostos e bolsos.

Alguns restaurantes trabalham com produtos totalmente sazonais e somente de produtores locais – no The Kitchin, por exemplo, quando você senta à mesa eles te dão um pequeno mapa mostrando de onde vem os produtos que eles utilizam. Esse restaurante pra mim é um exemplo! Conheci esse chef através de alguns livros que tem no restaurante onde estou trabalhando, e achei sua culinária incrível. Simples, saborosa, sazonal – especial mesmo. Portanto tratei de colocar seu restaurante na minha listinha (ok, listona!) e lá fui eu (eu e Patrícia, a amiga com quem fiquei hospedada). Optamos pelo horário do almoço, eles tem um Menu com 3 pratos + tábua de queijos por 39 libras – e considerando o tipo de comida que eles servem e o preço dos restaurantes em geral na cidade, posso dizer que esse preço é mega amigável. A comida é saborosíssima, super interessante e os queijos são realmente especiais! Todos locais, claro, e são servidos com chutney de tomate, mel e oat cakes (biscoitos de aveia deliciosos super comuns por lá, viciei, amo aveia, ah!). E tem opção de harmonizar o Menu com vinhos – óbvio que escolhi essa opção e digo que fez toda a diferença. O almoço lá foi realmente especial e fico muito feliz quando tenho a oportunidade de conhecer um restaurante impecável, e devo dizer que não me importo com estrelas michelin e  etc, mas sim com a filosofia do local e o tipo de alimento servido. Sem estrelismo, sem afetação, sem blá blá blá. Apenas boa comida, bom vinho, bom ambiente.

Claro que fui atrás dos pratos mais tradicionais do país, como por exemplo Haggis (sinistro: resumindo é uma mistura de vísceras de carneiro com aveia), Steak Pie com Gravy e Purê de batata (comfort food total!), Sticky Toffee Pudding (uma sobremesa mara, que consiste em um bolo de consistência incrível, servido morno com caramelo e sorvete) e carne vermelha de todos os tipos – Aberdeen Angus, Bufallo, Venison (não sou mega fã de carne vermelha mas experimentei algumas, ainda mais por saber que na maior parte das fazendas o gado é criado solto e alimentado sem hormônios e outras coisas horrorosas) . De Fish and Chips eu passei longe – não tem nada de especial, sério. Em termos de comida, o que Edinburgh tem de legal? Todos os tipos de (bons) restaurantes, algumas boas cafeterias (onde sempre tem bolos e tortas deliciosos). E o que tem de não tão legal? Feiras e mercados de rua. Fui em alguns e são muito “pobrinhos”, quase não tem muita coisa interessante….uma pena.

#SEGUNDA PARTE – AS HIGHLANDS

As Highlands são as áreas montanhosas da Escócia, ou as “terras altas”, onde a natureza é exuberante – pelo caminho você vê castelos, lindas cidades, montanhas e lagos, é realmente um lugar maravilhosos. Eu e a Patrícia decidimos explorar as Highlands por alguns dias. Traçamos um roteiro, alugamos um carro e pé na estrada. Primeira parada: STIRLING – uma cidade fofíssima (ok, todas são) no caminho para a Ilha de Skye. A cidade é linda e super agradável pra dar uma volta, e também cheia de história: lá fica o monumento a William Wallace (ele lutou bravamente contra a Inglaterra pela independência da Escócia – é a história narrada no filme Coração Valente). O monumento, que fica no alto de uma colina, foi construído em 1868 e é aberto para visitação, onde em cada nível (são 3) podemos conhecer um pouco mais sobre toda essa história, que foi super importante para o Reino Unido. No topo da torre temos uma vista magnífica da cidade e do Rio Forth. É bem interessante. Me alonguei muito nesse assunto, é porque adoro história!

E bora lá porque a viagem só começou. Passamos pouco tempo em Stirling porque saímos de Endinburgh as 10 da manhã e o plano era chegar na Ilha de Skye até umas 9 da noite, parando em alguns lugares interessantes pelo caminho – e tem muitos! Nova parada, agora na cidade de LUSS mais especificamente no LOCH LOMOND (Loch = Lago  ok?). Eu havia dito que as cidades de Edinburgh e Stirling eram fofas? Tá, talvez essa seja mais. Achei a cidadezinha encantadora, um daqueles lugares que transmitem paz, sem explicação. O dia estava bonito quando chegamos lá. Algumas pessoas brincavam na areia, outras no caiaque e alguns se arriscavam nadando no lago (o verão escocês, como você pode imaginar,  não é nada parecido com o Brasil, mas qualquer 18 graus e um mínimo raio de sol o povo já está se jogando na água). É bonito de se ver, sério mesmo – as pessoas ficam mega felizes quando o clima muda, quando chega o verão!

Ainda no caminho paramos em PORTREE, que já é na Ilha de Skye. A ilha é grande, quanto mais ao norte, mais interessante vai ficando, mas infelizmente não tínhamos muito tempo disponível – nosso roteiro foi para 4 dias e queríamos visitar outras cidades no caminho de volta para Edinburgh.

Viajar de carro pela Escócia é uma ótima ideia, porque o país não é tão grande (se você tiver 30 dias disponíveis creio que dá pra conhecer o país inteiro!), as estradas são super seguras, não tem pedágio e as paisagens são lindíssimas – coisa de filme!

Pelo caminho paramos na cidade de MUIR OF ORD só para conhecer uma destilaria de Whisky – Glen Ord. Eu realmente gosto de saber como as coisas são feitas, é sempre muito interessante. A destilaria era muito bacana, pudemos conhecer todo o processo e a guia explicava tudo muito bem – dava para perceber a paixão dela pelo lugar.

Essa trip foi bem interessante e pra quem quiser saber meu roteiro, foi o seguinte:

Stirling, Luss, Portree (Skye Island), Inverness, Lago Ness, Fort Augustus e Saint Andrews – dá uma olhada no mapa.

#TERCEIRA PARTE – GLASGOW

E já que eu fui até a Escócia, porque não conhecer também Glasgow? Alguns dias após voltar das Highlands, peguei um ônibus no meio da semana e 1 hora e 20 minutos e 3 euros depois eu estava lá. Confesso que minha primeira impressão sobre a cidade foi “Hmm, estranho”, mas aí saí procurando por comida e ficou tudo bem… No caminho pro meu hostel encontrei uma cervejaria mega legal, Drygate Brewery (pausa – as cervejas na Escócia, na minha opinião, deixam um pouco a desejar, então quando você encontra alguma que agrade seu paladar meu conselho é: fique com ela!), fabricação artesanal e uma parede com as torneiras de onde saem todas as cervejas. E ainda comi um hamburgão de cordeiro delícia pra encerrar a noite.

Dormi uma noite em Glasgow e achei que é suficiente – a cidade não é tão grande e não tem tanta coisa interessante pra ver e fazer (com todo o respeito senhora Glasgow).

Uma parte de Glasgow que gostei bastante é o West End: as ruas são bonitas, tem ótimas cafeterias e restaurantes, o Jardim Botânico e um dos museus mais bacanas que já visitei, com obras super importantes de Dali, Monet e outros – Kelvingrove Art Galery. E detalhe: a entrada é gratuita, como muitos museus do Reino Unido.

O saldo dessa viagem: alguns quilos a mais, muitas surpresas e satisfação. Gostei de tudo o que vi e o que comi. As paisagens pela estrada são mesmo de tirar o fôlego, são especiais, te fazem sentir ainda mais feliz – um tanto inexplicável, um tanto especial. Bons momentos. E não só a Escócia foi uma surpresa na minha vida: toda a minha viagem pela Europa está sendo, pois visitei alguns lugares que eu não havia planejado e deixei de visitar outros que estavam nos meus planos.

É, a vida é mesmo cheia de surpresas – e eu gosto disso!

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